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Cacos para um Vitral

“Cacos para um vitral” é a exposição e reflexão das sensibilidades em sua precariedade humana. Trata-se de uma dramaturgia baseada no sensível, com fragmentos da poesia de Adélia Prado e a musicalidade da atriz, pianista e cantora Cida Moreira, para compartilharmos com o espectador um espetáculo que transita entre a teatralidade e a performatividade.

Release

“Cacos Para um Vitral”, tem como tema/inspiração a fragilidade da vida humana. Numa montagem que investiga os caminhos do teatro (performático), no qual não existe “personagem”, nem uma ordem cronológica da narrativa. Quatro “personas” apresentam pela exposição dos seus sentimentos afetos e desafetos estruturados na poesia de Adélia Prado e na Musica de Cida Moreira, os constrangimentos são compartilhados com a platéia e revistos cenicamente de forma universal.

Concepção Cênica

O espetáculo “Cacos para um vitral” é uma aspiração artística a partir do questionamento da direção: como criar uma obra teatral em que o ator/atriz e o espectador estejam suspensos pelo sentimento em toda duração do espetáculo? Há cinco anos, os artistas da Comum Unidade Oitão de Teatro pesquisam, de forma prática e teórica, na tentativa de responder a essa pergunta. Ao estrearmos o espetáculo, não temos nenhuma certeza de que o questionamento foi respondido, no entanto, todo o processo gerou muito trabalho e prazer na tentativa de utilizarmos a arte como ferramenta estética e de autoconhecimento. Nossa referência e inspiração inicial para respondermos a tal pergunta, se originou com a palestra em vídeo da poetisa mineira Adélia Prado, intitulada “O poder humanizador da poesia”, onde a poeta reflete que um dos caminhos possíveis para a humanização encontra-se no sentimento em que a arte verdadeira pode nos suscitar.

O processo de pesquisa e criação do espetáculo deu-se, intencionalmente, pela intuição. No início, optamos em realizar laboratórios de experiências e vivências cênicas com o desejo de exercermos a nossa criatividade e a própria intuição nos guiava diante de nossas escolhas. Durante algum tempo, abdicamos de estudos teóricos, deixando mais para o final do processo e, depois de cinco anos, com esse projeto, estamos dando sentido lógico à pesquisa.

Bebemos em várias fontes estéticas e filosóficas para composição das atuações e personas do espetáculo, desde práticas artísticas de processos colaborativos, o ator-performer, dramaturgia atoral, intervenções urbanas e a descoberta do nosso palhaço. Filosoficamente, refletimos os conceitos de afetos, experiência e intuição na perspectiva de Adélia Prado, J. L. Moreno, Manoel de Barros, Pina Baush, Gilles Deleuze, Spinoza, Jorge Larrosa Bondía, Maurice Merleau-Ponty, Sigmund Freud e João Francisco Duarte Jr., no intuito de fundamentar a pesquisa “O sentimento: a comum unidade da expressão”, esse estudo nos proporcionou conhecimentos e escolhas para darmos unidade à nossa representação e personas pelo viés da poesia cênica, pautado no sentir.

Após termos vivenciado e experimentado diversas formas de se fazer em nossa pesquisa, inclusive, questões particulares de grupo como lacunas dentro do processo, crises quase que infindáveis de atores e atriz, brigas homéricas por falta de dinheiro, por não estarmos produzindo no meio convencional, entrada de novos e desistência de integrantes, até haver um filtro natural daqueles que teriam que continuar na busca. No entanto, todos os desafios geraram possibilidades e saídas criativas para a concepção do espetáculo “Cacos para um vitral” título homônimo de um poema da autora Adélia Prado, que faz inferência a grande quantidade de material artístico fragmentado que nós criamos no decorrer da produção artística, no entanto, nossa intenção e intuição nos impulsionavam para darmos ao todo uma unidade.

Realizamos um mergulho profundo dentro e fora de nós, refletindo e expondo em sala de trabalho os nossos constrangimentos pessoais e sociais. Compomos pequenas cenas pelo viés da teatralidade e da performatividade, sem o auxílio da narratividade, mantendo a ação cênica, dramática como foco. Nesse ínterim, percebemos que uma das formas possíveis para respondermos a pergunta que deflagrou a criação do espetáculo: como criar uma obra teatral em que o ator/atriz e o espectador estejam suspensos pelo sentimento em toda duração do espetáculo? A resposta encontrava-se em algo que é comum a toda a humanidade: o sentimento do ridículo, e precisamente, naquilo que nos tira nossa liberdade, os constrangimentos pessoais e sociais.

 Na seqüência, sentimos a necessidade e, mais que tudo, a afinidade para eleger a poetisa mineira Adélia Prado e a atriz, pianista e cantora Cida Moreira como porta vozes da nossa narrativa. Recortamos, por identificação, fragmentos da obra poética e fonográfica de Adélia Prado e, também, da obra fonográfica de Cida Moreira. Em um trabalho artesanal: maceramos, peneiramos e extraímos o sumo de cada coisa, transformando-as em cena, fazendo surgir, assim, o registro de uma dramaturgia corpo/texto/musical que fala de todos e ao mesmo tempo de um só. Nesse contexto a narração toma uma forma, mas não um fim. Concebemos uma estória fragmentada e mutável, registro de uma experiência complexa e prazerosa.

A última etapa foi unir esses vários cacos para formar um vitral, ou seja, a encenação. Verificamos que para construção da dramaturgia, como estávamos falando de nossos afetos era preciso que cada cena selecionada para compor a fabulação tivesse sentido interior para cada um de nós e, que a estória fosse contada conforme as nossas escolhas intuitivas. Já que o nosso foco era o sentir gerado a partir dos constrangimentos, optamos em trabalhar para a criação da dramaturgia do espetáculo com a “Escala de Orientação Emocional” que se encontra no livro “Peça e Será Atendido”  de Abraham canalizado através de Esther & Jerry Hicks. Todo o material cênico produzido durante o processo foi acoplado e colado na Escala de Orientação Emocional, começando de baixo para cima, pelo medo, passando pela insegurança, culpa e desvalorização, desembocando na sobrecarga e o tédio, ressurgindo na esperança, paixão, amor, alegria, etc. A trajetória cênica vivenciada pelos atores e atriz é uma representação de questões de suas individualidades, mesmo estando as quatro personas em cena, elas pouco interagem, na maioria das vezes são solos, e o ator-atriz-performer tem no espectador seu comparsa para contracenar. Com essa escolha o público tornou-se para nós um espelho e vive-versa.

Ao expormos os nossos constrangimentos, vai de encontro ao nosso ego, à nossa sombra. O ato da exposição, com fins estéticos, nos confere brincar, rir e perceber o nosso ridículo com leveza gerando autoconhecimento. De modo, que toda a encenação é concebida no jogo entre luz e sombra, branco e preto. O cenário é composto pelo palco à italiana com suas coxias pretas que servirão de figurino e adereço durante o espetáculo, em contraponto temos o ciclorama e o linóleo branco onde se desenvolve a ação. O uso de talco e goma é um recurso metafórico que se transforma em água, areia, maquiagem, etc. O figurino é simples e todo branco: para os atores calça comprida e camisa de mangas longas, para a atriz vestido branco. O pensamento do figurino e maquiagem em branco nos possibilita o entendimento de algo lúcido e de transparências nas ações das personas. A iluminação é concebida com luz branca e criação de sombras em determinados espaços e cenas. A sonoplastia do espetáculo é uma fragmentação da obra fonográfica de Adélia Prado que gravou dois CDs recitando poemas de sua autoria, como também, fragmentos musicais da obra fonográfica da atriz, pianista e cantora Cida Moreira. Essas duas vozes compõem a dramaturgia cênica, tecendo junto com a ação física dos atores a narratividade do espetáculo, ora elas são personas invisíveis, ora pano de fundo sonoplástico.

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Justificativa

Cacos para um vitral foi gerado pela Comum Unidade Oitão de Teatro em busca de consolidar um fazer artístico pautado na experiência cênica, na con/vivência e no desenvolvimento de uma linha de pesquisa que denominamos O sentimento: a comum unidade da expressão. O espetáculo foi concebido a partir de uma dramaturgia coletiva, que em sua totalidade tenta proporcionar além de entretenimento, uma reflexão autocrítica para a sensibilização dos des/afetos, na tentativa de expor, poeticamente, para o espectador os constrangimentos pessoais e sociais dos atores/atriz, desconstruindo as relações que nutrimos com nós mesmos e com os outros, a partir de uma autoconsciência artística da liberação.

O espetáculo é uma aspiração artística a partir do questionamento da direção: como criar uma obra teatral em que o ator/atriz e o espectador estejam suspensos pelo sentimento em toda duração do espetáculo? Há cinco anos, os artistas da Comum Unidade Oitão de Teatro pesquisam, de forma prática e teórica, na tentativa de responder a essa pergunta. Ao estrearmos o espetáculo não temos nenhuma certeza de que o questionamento foi respondido, no entanto, todo o processo gerou muito trabalho e prazer na tentativa de utilizar a arte como ferramenta estética e de autoconhecimento.  

O processo de montagem se confunde com a própria construção de identidade da “Comum Unidade Oitão de Teatro”, porque tanto o grupo, quanto o processo de montagem foram e são referências um para o outro, um espelhamento e resultado da nossa procura enquanto indivíduos-artistas. No início da criação da Comum Unidade, em 2009, nos detemos em cavar em nossos ridículos a suspensão para respondermos a pergunta inicial através da exposição de nossos medos, o que nos escraviza, o que nos tolhe a liberdade de expressarmos o que realmente somos, foi e é um processo de liberação dos medos, em nos relacionarmos conosco e com o outro, de modo geral este espetáculo é uma crítica a uma sociedade que gera homens que vivem na servidão de um sistema que valoriza o ter em detrimento do ser.

Outra crítica na prática interna da encenação é aos modos contemporâneos de se fazer arte, em que buscamos, em primeira instância, realizar um produto mercadológico, visando geralmente à sobrevivência egocêntrica e capitalista dos artistas envolvidos, deixando, geralmente, em segundo plano a criação, a pesquisa continuada, a obra verdadeira e, por conseguinte, perdemos a oportunidade de tornar o fazer artístico um meio ético e estético de transgredir a realidade engessada que habita a cada um de nós e, acima de tudo, transformar internamente o nosso ego em uma consciência mais expandida.

Compartilhar com o espectador a poesia cênica dos constrangimentos sociais e pessoais dos atores/atriz, com a intenção de despertar uma autoconsciência artística da liberação, tentando revelar os desafios internos que nos impulsionam para a superação dos limites humanos.

Objetivos Específicos
  • Criar uma linha de pesquisa teatral através de experiências, con/vivências e estudos cênicos;

 

  • Montar um espetáculo que transite entre a teatralidade e a performatividade, por meio dos constrangimentos pessoais e sociais dos atores/atriz/performer;

 

  • Construir uma dramaturgia com fragmentos da obra poética de Adélia Prado e, também, com a obra fonográfica da atriz, pianista e cantora Cida Moreira;

 

  • Compartilhar com o espectador a poesia cênica do sentir.

Metodologia

Todo o processo de montagem teve o método intuitivo como guia de nossas escolhas de vivência de grupo, estética e des/construção da cena. Segundo o dicionário Houaiss3 “A intuição é uma forma de conhecimento direta, clara e imediata, capaz de investigar objetos pertencentes ao âmbito intelectual, a uma dimensão metafísica ou à realidade concreta”. Depois, investigamos e aprofundamos o método intuitivo do filósofo Henry Bergson que consiste em um processo de divisão que permite ao processo de montagem a percepção das misturas na criação do espetáculo com o intuito de identificarmos as diferenças de natureza existentes na escolha do material e, assim, detectarmos os falsos problemas, para depois ultrapassar as experimentações e vivências cênicas em direção das condições e articulações da real experiência, dos verdadeiros problemas que serão solucionados na composição da obra. Nesse sentindo, quando trabalhamos com a intuição a resolução dos verdadeiros problemas se dá no tempo e não em um espaço de tempo, por isso passamos cinco anos para estrear nosso trabalho, porque não tínhamos soluções prontas, a partir de nossas escolhas éramos guiados para o próximo passo. Outras reflexões que tínhamos que justifica tanto tempo de trabalho: para que mais um espetáculo no mundo? Monto um espetáculo para minha sobrevivência ou para a realização de minha existência como um todo?

 

Como o espetáculo, desde sua origem, é uma aspiração artística a partir do questionamento da direção: como criar uma obra teatral em que o ator/atriz e o espectador estejam suspensos pelo sentimento em toda duração do espetáculo? São cinco anos que os artistas da Comum Unidade Oitão de Teatro pesquisam, de forma prática e teórica, na tentativa de responder a essa pergunta. Nossa referência e inspiração inicial para respondermos a essa pergunta se originou com a palestra em vídeo da poetiza mineira Adélia Prado, intitulada “O poder humanizador da poesia”, onde a poeta reflete que um dos caminhos possíveis para a humanização encontra-se no sentimento em que a arte verdadeira pode nos suscitar.

Segunda Adélia Prado “(A arte)... nos comove porque mexe não em nossos pensamentos, mas em nossos afetos, naquilo que nós sentimos... A obra é um espelho. Ela faz com que eu me reconheça nela, naquilo que eu estou vendo... qualquer obra verdadeira tem o dom de espelhar a humanidade, aquilo que nos é comum, e nada é mais comum em nós do que nosso desejo e do que nossos afetos...”. De modo que a arte é feita a partir de nossos sentimentos e se comunica com o espectador através do que temos de mais universal: o sentimento

 

O processo de montagem começou ao escolhermos e encenarmos, em princípio, os nossos ridículos, revelar nossas fragilidades e fortalezas que tentávamos no dia-a-dia esconder dos outros, optamos em assumir essas im/perfeições e transformá-las em cena. Essa compreensão do ridículo veio através de um recorte da técnica da descoberta do palhaço. No processo de encenação, o ridículo é percebido, não só como o que provoca o riso, mas também, é um reflexo da ignorância humana sobre si mesma. De modo, que dentro do Oitão, a ridicularização se transformou em uma ferramenta estética e de autoconhecimento, com fins teatrais. Montamos cenas curtas, intervenções urbanas, performances sem e com os nossos palhaços com o objetivo de expormos os nossos constrangimentos pessoais e sociais e, também, verificarmos a recepção do espectador a partir desses fraquitais cênicos.

 

Filosoficamente, refletimos os conceitos de afetos, experiência e intuição na perspectiva de Adélia Prado, J. L. Moreno, Manoel de Barros, Pina Baush, Gilles Deleuze, Spinoza, Jorge Larrosa Bondía, Maurice Merleau-Ponty, Sigmund Freud e João Francisco Duarte Jr., no intuito de fundamentar a pesquisa “O sentimento: a comum unidade da expressão”, esse estudo nos proporcionou conhecimentos e escolhas para darmos unidade à nossa representação e personas pelo viés da poesia cênica, pautado no sentir.

 

Cada ator/atriz é convidado a selecionar questões íntimas de sua vida, respeitando seu limite e apresentar ao grupo num formato de cena, estruturada. Após essa apresentação o grupo dá opiniões e reflete o que foi apresentado dando sugestões, tanto às cenas individuais, em duo e/ou coletivas para reformulações que o responsável(is) pela cena achar necessário.

A dramaturgia foi uma busca incessante. No primeiro momento, coletivamente, fomos catando pedacinhos de coisas guardadas dentro de nós, trabalho árduo e vagaroso, pois a “estória”, até então, estava fora do tempo e do espaço, cabia ao ator\atriz pesquisador o dever de a cada encontro confirmar ou negar sua vontade de revelá-la. Só depois de mergulharmos profundamente dentro de nós, passamos para segundo momento: sentimos a necessidade e mais que tudo a afinidade para eleger Adélia Prado e Cida Moreira como porta voz da nossa narrativa, por conseguinte selecionamos trechos de suas musicas e poemas que gostaríamos que fizessem parte dessa estória. Vasculhamos toda a obra poética de Adélia Prado nos Livros “Antologia Poética”, “Oráculos de Maio” e “Duração do dia” e, também, a obra fonográfica da atriz, pianista e cantora Cida Moreira através dos álbuns: “Summertime” (1981) Áudio Patrulha/Lira Paulistana LP, “Abolerado blues” (1983) Lira Paulistana/Continental LP, “Cida Moreira” (1986) Continental LP, CD, “Cida Moreira interpreta Brecht” (1988) Continental LP, “Cida Moreira canta Chico Buarque” (1993) Kuarup CD, “Balada do Louco” (1996) Continental, CD, “Na trilha do cinema” (1997) Kuarup CD, “Uma Canção Pelo Ar...” Kuarup (2003), “Angenor” Lua Music (2008), “A Dama Indigna” Jóia Moderna (2011). A nossa finalidade foi de encontrarmos pequenos trechos dessas obras que os atores e a atriz se identificassem no intuito de compor nossa narrativa cênica.

 

Entramos, no terceiro momento, tanto do processo de montagem como da dramaturgia. Verificamos que para construção da dramaturgia, como estávamos falando de nossos afetos era preciso que cada cena selecionada para compor a fabulação tivesse sentido interior para cada um de nós e, que a estória fosse contada conforme as nossas escolhas intuitivas. Teríamos que deglutir cada fragmento de poema e musicas selecionadas, encontrar no corpo e na alma sentido pra eles. Ação agora era dividir tudo em fraquital, do todo deixar o mínimo possível, em um trabalho artesanal, maceramos, peneiramos e extraímos o sumo de cada coisa, transformando-as em cena, fazendo surgir assim o registro de uma dramaturgia corpo/texto/musical que fala de todos e ao mesmo tempo de um só. Nesse contexto a narração toma uma forma, mas não um fim. Concebemos uma estória fragmentada e mutável, registro de uma experiência complexa, mas com um resultado poeticamente belo como um vitral.

Ficha técnica

Atuação

Alan Oliveira, Edmilson Soares, Mauro Cesar e Aline Vallim

Encenação, dramaturgia, figurino, maquiagem, adereços, cenário e pesquisa

 Oitão Cênico

Dramaturgista

Suzana Carneiro

Oficina de estímulos para o movimento

 Silvia Moura

Oficina para consciência energética

 João Kian

Iluminação

 Eduardo Campos (Dudu)

Sonoplastia

 fragmentos da obra fonográfica da poesia da escritora Adélia Prado e da atriz, pianista e cantora Cida Moreira

 

Designer gráfico, edição e Técnico de Som

 João Heriberto

Fotografia 

Thailyta Feitosa

Técnica de Luz

 João Heriberto

Direção

 Mauro Cesar

Produção e realização

Oitão Cênico

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